VAREJO CONTINUA ENCARANDO A RETOMADA COM CAUTELA

Apesar do número de pessoas que não puderam pagar as suas dívidas ter diminuído na capital paulista, de 19,1% no mês de julho para 18,8% em agosto, a inflação e o desemprego continuam altos, ao ponto de levarem a cidade a um novo recorde de endividamento, confome o dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela FecomercioSP.

Para que se tenha uma ideia do cenário, no mês de agosto a taxa das famílias endividadas passou de 66,1% para 67,2%. Ou seja, são 2,68 milhões de pessoas com algum tipo de dívida – aumento de 46 mil na comparação mensal e de 446 mil em relação a agosto de 2020, quando a taxa era de 56,4%. Os lares com dívidas em atraso, por sua vez, somam 750 mil. Apesar do recuo, houve avanço de 1,6 ponto porcentual.

Sendo assim, em termos absolutos, 309 mil famílias não conseguirão pagar as dívidas em atraso. No entanto, houve queda no número daquelas que acreditam que não será possível honrar a dívida (7,7%, ante os 8,3% em julho). E para continuar consumindo, elas têm buscado o cartão de crédito, responsável por 80,7% dos endividados. Na sequência, estão os carnês (18,6%), com o maior porcentual desde agosto de 2015.

Quanto à forma de pagamento, o cartão de crédito parcelado lidera, com 28,6%, seguido pelo débito (22,7%) e o dinheiro (20,4%). O 28,6% do parcelado é o maior porcentual registrado desde novembro do ano passado.

A situação atual também tem se complicado para as famílias com renda mais elevada, que também estão ficando mais endividadas, enquanto a diferença para a faixa mais baixa está diminuindo. Portanto, ainda que a inadimplência tenha subido para ambas, na comparação anual, a diferença é significativa. Um exemplo disso é a taxa para as famílias com renda mais baixa, que foi de 22,6%, em agosto, contra 8,7% para o grupo acima dos dez salários mínimos.

De forma geral, para a FecomercioSP, a situação econômica das famílias ainda requer cuidados. O endividamento elevado sem uma retomada consistente na geração de emprego deve ser um limitador para o aumento nas vendas no comércio.

O consumo das famílias

Entre os dados que integram o levantamento, o ICF (Índice de Consumo das Famílias) também obteve uma alta de 2,1% em agosto, mas ainda se nota uma insatisfação, com 69 pontos ante os 67,5 de julho. Desde abril, o ICF se mantém no patamar dos 60 pontos e não encontra bases sólidas para crescer em um ritmo mais forte. Além disso, todos os sete itens analisados pelo ICF estão abaixo dos 100. Portanto, o que influenciou a alta no mês foram os itens relacionados a Futuro, Perspectiva de Consumo (8% e 73,2 pontos) e Perspectiva Profissional (4,5% e 80,9 pontos).

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) também regisrou um leve avanço (0,9%), ao passar de 111 para 112 pontos, graças ao consumo principalmente das mulheres , com idade acima dos 35 anos e renda superior a dez salários mínimos. Esta tendência, segundo a instituição, se deve à reabertura da economia, com o avanço da vacinação.
FONTE: SUPERVAREJO

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