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SALDO DE CRÉDITO DEVE TER ALTA MODERADA DE 0,3% EM FEVEREIRO

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O Banco Central apresentará a Nota de Política Monetária e Operações de Crédito referente a fevereiro na próxima quarta-feira (29). Como acontece mensalmente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgou, nesta sexta-feira, sua Pesquisa Especial de Crédito, uma prévia mensal da Nota do BC. As projeções, feitas com base em dados consolidados dos principais bancos do país, indicam que a carteira total de crédito deve registrar alta de 0,3% em fevereiro.
Na nota divulgada pelo BC logo após o encerramento da reunião do Comite de Política Monetária (Copom), na quarta-feira (22), na qual foi decidido a manutenção da taxa Selic em 13,75% a.a, ficou claro que a autoridade monetária prevê uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada, em particular em função de condições adversas no sistema financeiro global; e uma desaceleração na concessão doméstica de crédito maior do que seria compatível com o atual estágio do ciclo de política monetária. Ou seja, as próximas notas de operações de crédito podem refletir esse impacto.
Mas sobre o mês de fevereiro, de acordo com a pesquisa da Febraban, o resultado deve mostrar altas de menor magnitude, tanto na carteira destinada às empresas (+0,4%) como para as famílias (+0,2%). No acumulado em 12 meses, a carteira total de crédito deve seguir seu movimento de acomodação, saindo de 13,6% para 12,9%, refletindo uma série de fatores, como o arrefecimento da atividade, a alta da inadimplência, as condições financeiras mais restritivas, além do episódio envolvendo as Lojas Americanas.
O levantamento indica que , no caso das empresas, a expansão do segmento deve ser similar entre as diferentes fontes de recursos, com alta de 0,4% na carteira livre e de 0,3% na direcionada. Vale notar que parte da alta da carteira pessoa jurídica com recursos livres é sazonal no mês, devolvendo parcialmente o recuo normalmente observado em janeiro. Neste ano, como exemplo, caiu 3,5%.
Contudo, devido ao efeito negativo decorrente do efeito Lojas Americanas, em especial nas linhas de descontos de recebíveis, a alta deste mês pode ser considerada baixa para os padrões históricos. Desta forma, a expansão da carteira deve continuar desacelerando em 12 meses, passando de 8,1% para 6,4%.
Na carteira direcionada, a interpretação do resultado é o oposto. Apesar do baixo crescimento no mês, a alta mensal deve ser suficiente para manter a tendência de aceleração da expansão da carteira em 12 meses observada desde o 2º semestre do ano passado. O resultado mostra projeção de variação subindo de 7,5% para 7,9%, devido à reedição dos programas públicos e sinais de maior dinamismo das linhas com recursos do BNDES.
Na carteira destinada às famílias, por sua vez, o melhor resultado deve vir da carteira direcionada, que deve crescer 0,7%, refletindo a boa performance do crédito rural e alguma resiliência do imobiliário. Já a carteira livre deve se retrair em 0,2%, impactada pela acomodação do consumo após os eventos de fim de ano e pelas condições econômicas mais adversas. Assim, em 12 meses, a carteira pessoa física deve seguir mostrando alguma acomodação, desacelerando de 17,7% para 17,1%, embora em nível ainda bastaste elevado.
Concessões
As concessões devem mostrar queda de 8,6% ante o mês de janeiro. No entanto, quando ajustado pelo número de dias úteis, o resultado representa um aumento de 5,8%. Embora seja positivo, o número é menor que o observado nos meses de fevereiro, o que sugere que a série com ajuste sazonal reportada pelo Banco Central traga um número próximo à estabilidade ou ligeiramente negativo. Desta maneira, a pesquisa não capturou uma queda expressiva das concessões no mês, apesar de todos os problemas decorrentes do caso Americanas, além da própria desaceleração da economia.
Mesmo nas concessões para as empresas, aparentemente, o resultado não é tão negativo. Considerando os ajustes por dias úteis, as concessões subiram 10,6% no mês. Embora o número seja positivo, está abaixo da média (últimos 5 anos) para os meses de fevereiro (+16,2%). Portanto, é possível que o regulador reporte alguma queda das concessões para as empresas em fevereiro (feitos todos os ajustes), eventualmente localizada na modalidade de recebíveis. No caso das famílias, a pesquisa captou alta mensal de 2,4% (ajuste por dias úteis), também um pouco abaixo da média para o mês (4,0%).

FONTE: 24/03/2023 – MONITORMERCANTIL

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