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PRODUÇÃO BRASILEIRA DE CAFÉ DEVE CHEGAR A 58,08 MILHÕES DE SACAS NESTE ANO

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A safra brasileira de café em 2024 deverá se confirmar como ano de bienalidade positiva, com produção estimada de 58,08 milhões de sacas de café beneficiado, 5,5% superior à produção de 2023. No primeiro levantamento do ano realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado ontem, a empresa pública ressalta que as safras de 2021 e 2022, devido às adversidades climáticas, tiveram baixas produtividades, o que modificou a tendência de crescimento que se verificava na série de produção. Mas em 2023, com as condições climáticas mais favoráveis, iniciou-se a fase de recuperação das produtividades.
A área total destinada à cafeicultura no país em 2024, nas espécies arábica e conilon, é de 2,25 milhões de hectares, com aumento de 0,8% sobre a da safra anterior. Essa área engloba 1,92 milhão de hectares de lavouras que estão em produção, que apresentam crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, e ainda mais 336,3 mil hectares que estão em formação, que por sua vez tiveram redução de 7% em comparação ao mesmo período.
De acordo com o Boletim da Conab, nos ciclos de bienalidade negativa, os produtores costumam realizar tratos culturais mais intensos nas lavouras, promovendo algum tipo de manejo em campos que só entrarão em produção nos próximos anos. Nas últimas safras, a estabilidade na área brasileira de café tem sido compensada pelos ganhos de produtividade, representados pela mudança tecnológica observada no setor cafeeiro. Para a produtividade média nacional de café, a primeira estimativa indica um volume de 30,3 sacas por hectare, cerca de 3% maior em relação à safra anterior. A produtividade do café arábica está estimada em 26,7 scs/ha, com aumento de 2% em relação à safra de 2023, e a do café conilon em 44,3 scs/ha, 6,2% acima da safra anterior.
Na produção por estado, Minas Gerais mostra volume estimado em 29,18 milhões de sacas, acréscimo de 0,6% em comparação ao total colhido na safra anterior, justificado pelo aumento da área em produção e, principalmente, pelo ciclo de bienalidade positiva, além das melhores condições das lavouras. No Espírito Santo, também há expectativa de crescimento de 15,4% no total, previsto em 15,01 milhões de sacas. O cultivo capixaba engloba tanto o café conilon, que tem montante estimado em 11,06 milhões de sacas, aumento de 9% em relação à safra anterior, quanto a espécie arábica, cuja produção deverá ser de 3,95 milhões de sacas, 38,2% acima do volume colhido na última safra.
Outros aumentos são apontados em São Paulo, onde é esperada uma produção de 5,40 milhões de sacas da espécie arábica, com crescimento de 7,4% em comparação ao resultado obtido em 2023; na Bahia, onde o incremento de 6,4% deve proporcionar 3,61 milhões de sacas em todo o estado; e em Rondônia, cujo volume é estimado em 3,19 milhões de sacas de café conilon, acréscimo de 5,1% em comparação à safra passada. A produção segue em alta também no Rio de Janeiro, Mato Grosso e Goiás. Somente no Paraná, com cultivo predominantemente de café arábica, a previsão é de estabilidade.
O Brasil exportou 39,2 milhões de sacas de 60 kg de café em 2023, o que representa redução de 1,3% na comparação com o ano anterior. Segundo o Boletim da Conab, essa redução da exportação foi influenciada pela restrição dos estoques no início do ano, após as adversidades climáticas que limitaram a produção nacional nas safras 2021 e 2022. O produto foi vendido no mercado internacional para 152 países em 2023, sendo EUA e Alemanha os principais destinos. Os valores de negociação somaram US$ 8,1 bilhões em 2023, o que representa uma baixa de 12,5% na comparação com o ano anterior.
A produção mundial de café na safra 2023/24 está prevista em 171,4 milhões de sacas de 60 kg, o que representa uma alta de 4,2% na comparação com a temporada anterior. Os três principais países produtores de café, respectivamente, Brasil, Vietnã e Colômbia, indicam crescimento na safra 2023/24. Quanto ao consumo global de café, calculado em 169,5 milhões de sacas de 60 kg, tem novo recorde e aumento de 0,3% na comparação com o ciclo anterior.
Já segundo o Observatório do Café de dezembro, estudo mensal da Secretaria de Política Agrícola (SPA), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), no ano-cafeeiro de 2023, o valor total do faturamento bruto dos cafés do Brasil atingiu o montante estimado em R$ 49,37 bilhões. Tal cifra contempla R$ 37,62 bilhões da receita obtida com os cafés da espécie Coffea arabica (café arábica), a qual correspondeu a 76% do total arrecadado, e, adicionalmente, R$ 11,75 bilhões com os cafés da espécie Coffea canephora (café robusta + café conilon), cujo montante, no caso, equivaleu a 24% do total do faturamento do ano-cafeeiro ora em destaque.
Como os cafés do Brasil são produzidos nas cinco regiões geográficas brasileiras, caso seja elaborado um ranking em ordem decrescente do faturamento bruto dessa importante atividade agrícola nessas regiões, no ano-cafeeiro objeto desta análise, constata-se que a Região Sudeste, de forma absoluta, lidera o faturamento com o total calculado de R$ 42,49 bilhões, o qual equivale a 86% do valor bruto geral em nível nacional. E, na sequência, com R$ 3,24 bilhões de estimativa de receita com café, figura a Região Nordeste, montante que representa 6,5% do total do valor bruto arrecadado.
Complementando este ranking, na terceira posição, destaca-se a Região Norte, que teve seu faturamento estimado em R$ 2,54 bilhões, o qual corresponde a 5,1% do valor bruto nacional, seguida da Região Sul, na quarta posição, com R$ 696 milhões de receita,1,4% do total nacional. E, por fim, vem a Região Centro-Oeste, a qual figura em quinto lugar com o faturamento do setor cafeeiro calculado em R$ 396,78 milhões, cifra que representa menos de 1% do faturamento bruto dos cafés do Brasil no ano-cafeeiro 2023.
FONTE: 18/01/2024 – MONITORMERCANTIL

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