Desde os anos 40, quando William Edwards Deming disse sua famosa máxima: "Em Deus nós confiamos, todos demais tragam dados", não é nenhuma novidade a onipotência do seu uso no processo de tomada de decisão. Entretanto a pandemia atual nos deixa um recado duro que talvez estejamos apenas arranhando a superfície da ponta deste iceberg de possibilidades!
Vivemos em um “mundo VUCA” - Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo, que com a pandemia, um antropólogo nominou o mundo de “BANI”, cuja tradução livre é um mundo Frágil, Ansioso, Não-linear e Incompreensível. Ao ler esta frase, algumas pessoas podem imaginar que estão certos em improvisar e não planejar. Grande engano! Por mais paradoxal que possa parecer, é neste momento que precisamos de informação com qualidade para aprimorarmos o processo de tomada de decisão. Há padrão no aparente caos!
Para lidarmos com a Volatilidade, precisamos de uma visão compartilhada, que mitigará a incerteza por meio de uma melhor compreensão dos fatos e dados. Um cadastro bem-feito, com uma estrutura mercadológica adequada, processos revistos, integrados e automatizados contribuirão para reduzir a complexidade e a ambiguidade com maior clareza e agilidade, facilitando o processo de tomada de decisão, tendo uma informação unificada, em um único repositório e uma única “versão da verdade”, o que permitirá a construção de cenários, por meio de modelos preditivos e prescritivos.
Dessa forma, podemos lidar com esse “mundo VUCA ou BANI” e respondermos perguntas de negócio como: qual o nível ideal de ruptura? Faz sentido pagar por frete aéreo? Fluxo de caixa positivo ou aumentar estoque nos CDs?
Quais os caminhos?
Vivemos dias nos quais as decisões devem ser tomadas sem séries históricas e o “longo prazo" pode ser apenas a próxima quinzena e embora certeza absoluta não exista, sempre existirá um intervalo de segurança para cada tipo de decisão e é este intervalo ou cenário que precisamos conhecer.
Um dos caminhos é o S&OP – Sales and Operations, solução relativamente comum para as indústrias, mas ainda não tem o mesmo protagonismo no varejo. Embora o termo “planejamento comercial” já exista e por natureza tenha as mesmas características do S&OP, há uma lacuna na comunicação entre áreas quase sempre antagônicas dentro do varejo precisa ser equacionada.
Um novo caminho está sendo desenhado e, em outubro de 2021, o Gartner previu que até 2023, um terço das empresas de médio a grande porte terão implementado pelo menos um "gêmeo digital" (tecnologia que consiste na criação de uma réplica virtual de processos que simulam o comportamento da empresa a sua interação com o mercado) esse modelo pode revelar formas de otimizar as respostas dadas, por exemplo, pelo setor de compras olhando de forma mais ampla toda a cadeia de abastecimento, algo que o ERPs tradicionais não conseguem executar.
Há incerteza e volatilidade fora e dentro da empresa. O quanto antes você souber da alteração da demanda por variáveis que não estão no seu comando como, índice de desemprego, aumento de temperatura, entre outras e as possíveis reações da cadeia de demanda e agir de forma antecipada dentro do seu varejo será possível dar respostas melhores, mais rápidas e ter uma vantagem competitiva, mesmo que de curto prazo.
As empresas precisam manter seus níveis de serviço e seus objetivos financeiros usando dados e não tomarem apenas decisões reativas. Aquelas que entraram despreparados nessa crise se veem como única escolha aprender rapidamente a tomar decisão com muito mais variáveis externas. Os especialistas em previsão do futuro são unânimes em afirmar que novas crises virão de forma mais frequente. Essa crise tem nos ensinado muito. É o momento de colocarmos em prática tais aprendizados e revermos o que e como fazemos para entender melhor a demanda e negociarmos melhor para que a empresa tenha resultados sustentáveis!
FONTE: SUPERVAREJO
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