A alta generalizada dos preços, o menor poder aquisitivo da população, a alta taxa de desemprego e o lento avanço das vacinações, que agora parecem acelerar. Tudo isso tem contribuído para que os brasileiros tenham que remanejar suas despesas e priorizar os itens de consumo diário. Por isso, de acordo com o estudo Consumer Insights, da Kantar, as missões de abastecimento de bens de consumo massivo (FMCG) voltaram a crescer no primeiro trimestre do ano.
Os canais que mais contribuíram com o crescimento em valor da cesta de FMCG foram os pequenos varejos (24,7%), atacarejos (15,6%) e supermercados convencionais (20,6%). Enquanto que os canais que mais conquistaram novos compradores neste primeiro trimestre foram os pequenos varejos (1,6 milhão de novos compradores), farmácias (1,5 milhão), atacarejos (1,4 milhão) e varejo tradicionais (1,1 milhão).
As viagens de urgência (compras de poucos itens) e de abastecimento (compras maiores de despensa) também ganharam força no meio do mês e no fim, alterando a maneira como os consumidores fazem suas compras de despensa para o lar, antes concentradas no início do mês. As compras de proximidade e reposição se tornaram mais relevantes no meio do mês.
O ciclo de compras durante o mês também sofreu modificações entre as classes sociais: as classes A e B priorizaram o atacarejo e as vendas porta a porta no início do mês, enquanto as Classe C, D e E priorizaram os gastos de consumo massivo. "A dinâmica dos canais de compra sofreu grande impacto nesse momento pandêmico. Cada classe social apresentou um ciclo de compra diferente. É muito importante que as marcas saibam como essa dinâmica de canais está impactando as categorias e seus produtos para traçar a melhor estratégia de vendas. Num país de dimensões continentais como o Brasil, é crucial avaliar se essa jornada de compras também foi alterada por região.", comenta Rafael Couto, gerente sênior de Soluções para compradores da divisão Worldpanel da Kantar.
Já no comércio eletrônico, a maior parte das compras se deu no final do mês, com marcas mainstream e economy, enquanto o começo foi mais direcionado às marcas próprias e o meio a produtos premium. Porém, ao desconsiderar o WhatsApp, um importante meio de acesso ao e-commerce no Brasil, essa dinâmica muda — no começo do mês vemos maior concentração de marcas próprias e no meio as outras categorias de marca.
Além disso, as compras de abastecimento são as mais realizadas no comércio eletrônico sem utilização de aplicativos de mensagens (61,5%), que se mostraram boas soluções para as compras de urgência (4% contra 1,2% nas compras online sem aplicativo), proximidade e reposição. "Em um país de dimensões continentais como o Brasil, é crucial avaliar se essa jornada de compras também foi alterada por região", completa Couto.
FONTE: SUPERVAREJO
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