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JUROS ALTOS: O IMPACTO NO AUMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA

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O cenário de juros altos impactado a dívida pública e tem afetado negativamente setores mais sensíveis da economia como o varejo. “Muitos argumentam que é por conta das linhas de crédito caras oferecidas pelos bancos para pessoas físicas. O que observamos é que a Selic pouco tem impactado nessas linhas de crédito, que muito tem a ver com o nível de inadimplência no país”, argumenta Calil Filippelli, gestor de fundos da Ouro Preto.
“Acredito que as recuperações judiciais no varejo e o aumento da inadimplência vêm principalmente do desemprego causado pela retração da economia”, considera Filippelli.
“É claro que ambas requerem um debate mais complexo, sendo a primeira envolvendo pautas como barreiras à concorrência, linhas de crédito, câmbio e imposto e a segunda envolvendo segurança jurídica e garantias”, prossegue o gestor da Ouro Preto.
“Para o governo fica mais caro captar recursos de investidores através da emissão de títulos do Tesouro, e os títulos pós-fixados que já estão em circulação aumentam o seu custo.” O resultado dos juros altos é um aumento da dívida pública, com “uma menor flexibilização monetária, menos investimentos públicos e maior desconfiança dos investidores.”
Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset, avalia que manter juros elevados por um longo período de tempo para combater uma inflação de custos, como a causada pelo aumento dos preços de energia e alimentos, pode ter resultados limitados.
“Essa abordagem tende a ter um impacto maior na demanda agregada, desacelerando o consumo e o investimento, mas pode ter um efeito limitado sobre os preços desses produtos específicos”, explica.
Existem medidas mais eficazes que os juros altos
“A inflação de custos muitas vezes é impulsionada por fatores externos, como oscilações nos preços das commodities ou choques de oferta, que podem ser menos sensíveis à política monetária baseada em juros. Nesses casos, outras medidas, como políticas fiscais específicas ou regulações setoriais, podem ser mais eficazes para abordar diretamente os aumentos de preços nos setores de energia e alimentos”, diz Gonçalvez.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, considera que o resultado de manter os juros elevados é a busca por uma atividade menos aquecida.
“Mesmo com a política monetária contracionista, ainda teremos um crescimento acima de 2%. Em 2022, o efeito dos juros será de atividade menor. Nos próximos dois anos, o efeito será o inverso, com a política monetária estimulando a atividade”, afirma Cruz.
Para ele, o crescimento de salários no Brasil não é um problema como visto nos Estados Unidos. “Mais de ano após o início da Guerra na Ucrânia, vemos que as rotas comerciais foram reorganizadas. A Rússia vende seu petróleo para outros compradores, Índia e China em destaque. A Ucrânia possui corredores para escoar suas produções de alimentos. O efeito inicial foi o choque, que se estabilizou com o tempo”, diz Cruz ao comentar que os bancos centrais cortaram os juros no início da pandemia diante da incerteza, foram normalizando.
“O impacto dos estímulos fiscais dos governos foi maior que o imaginado, o que também demandou ações dos bancos centrais. Vemos que nos EUA e Europa as populações ainda estão com poupança maior que o período pré-pandemia, o que mantêm o nível de consumo acima do histórico”, comenta Cruz.
Juros altos não são a única saída
Para Filippelli, as falas do presidente Lula e dos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet sobre a manutenção da Selic têm dividido opiniões. O consenso é que a medida do Banco Central não é das mais populares. “Eu acredito que o Banco Central vem cumprindo bem o seu papel de estabilizar a inflação e zelar sobre a solidez do sistema financeiro nacional, com uma postura coerente e imparcial.”
Para Gonçalves, não é correto afirmar que o resultado buscado ao manter juros elevados é a recessão. “O objetivo principal da política monetária, geralmente conduzida pelo Banco Central, é buscar a estabilidade de preços e o equilíbrio macroeconômico”, afirma.
“Em situações em que há pressões inflacionárias significativas, os juros elevados podem ser utilizados como uma ferramenta para controlar a inflação, mesmo que isso possa desacelerar o crescimento econômico”, diz Gonçalvez.
“No entanto, é importante ressaltar que a política monetária não é a única ferramenta disponível para lidar com a inflação e seus impactos. O governo pode adotar políticas fiscais, regulatórias e estruturais para mitigar os efeitos negativos das altas nos preços de energia e alimentos, sem necessariamente buscar a recessão como objetivo”, explica.
“A estabilidade macroeconômica é fundamental para o bom funcionamento da economia, e as decisões de política monetária devem ser baseadas em uma análise abrangente dos custos e benefícios para alcançar esse objetivo”, finaliza Gonçalvez.

FONTE: 17/07/2023 – MONITORMERCANTIL

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