O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou hoje os dados de outubro do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, que apontou variação de 1,14% para a classe de renda alta e 0,51% para as famílias de renda muito baixa. No acumulado do ano, até outubro, as altas na inflação variam de 4,43% (renda média-baixa) a 5,99% (renda alta). No acumulado em 12 meses, enquanto a classe de renda média-baixa apresenta a menor taxa de inflação (6,17%), a faixa de renda mais alta registra a maior taxa (7,95%).
Os reajustes do grupo transportes pressionaram a inflação para as duas faixas de renda mais alta no mês de outubro. Entretanto, os maiores impactos para as quatro classes de renda mais baixa vieram dos grupos alimentos e bebidas e saúde e cuidados especiais.
Na análise do grupo alimentos e bebidas, apesar da queda nos preços dos leites e derivados (-2,4%), dos óleos e gorduras (-1,8%) e dos cereais (-0,79%), os aumentos dos tubérculos (14,3%), das frutas (3,6%), dos farináceos (1,3%), dos panificados (1,0%) e das aves e ovos (0,97%) contribuíram para elevar a inflação em outubro, principalmente para as famílias de renda mais baixa.
No grupo saúde e cuidados pessoais, a alta dos artigos de higiene (2,3%) pressionou os segmentos de renda mais baixa, ao passo que o reajuste dos planos de saúde (1,4%) impactou mais a inflação das famílias com maior renda. Ainda para as classes de renda mais alta, o aumento de 23,4% no preço das passagens aéreas foi o principal responsável pelo impacto do grupo transportes sobre a inflação, anulando, inclusive, o alívio vindo da queda de preços da gasolina (-1,6%) e do transporte por aplicativo (-3,1%).
Na comparação com outubro do ano passado, houve recuo da inflação para todas as faixas de renda. A desaceleração foi maior para as classes mais baixas, que observaram melhora em sete dos nove grupos que compõem o IPCA. Em outubro de 2022, com exceção dos grupos saúde e cuidados pessoais e educação, todos os demais registraram taxas de variação abaixo das apontadas em outubro de 2021.
Nos últimos 12 meses, o grupo alimentos e bebidas segue exercendo maior pressão inflacionária para as famílias de renda mais baixa, em função das altas expressivas de diversos segmentos, como: farinhas e massas (20,8%); tubérculos (17,1%); frutas (32,4%); leite e derivados (24,8%); aves e ovos (9,4%) e panificados (20,6%). Analisando o mesmo período, as famílias de maior poder aquisitivo seguem impactadas pelos aumentos no grupo transportes: alta de 40,5% no preço das passagens aéreas, 12,3% no transporte por aplicativo, 38,6% no seguro veicular e 12% nos automóveis novos.
FONTE: 21/11/2022 – MONITORMERCANTIL
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