De acordo com IBIPLA, cenário positivo deve persistir em 2024
A produção industrial de saneantes encerrou o ano de 2023 com alta de 5,6%, segundo levantamento realizado pela ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional. A alta, praticamente, recupera a queda de 2022, quando, devido à pressão de custos do setor, a fabricação de produtos de limpeza caiu 5,7%.
“Podemos considerar o ano de 2022 como um período atípico e que juntou uma série de fatores negativos em sequência: a população ainda lidava com o severo processo inflacionário dos anos anteriores, a indústria estava muito pressionada pelo aumento nos custos de energia, matérias-primas e combustíveis, sem conseguir repassar a alta ao consumidor por conta da crise sanitária. Felizmente, o cenário voltou próximo ao normal em 2023”, afirma Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA.
Em 2023, de acordo com dados do IPCA – Índice Geral de Preços ao Consumidor Amplo, o reajuste nos valores dos produtos de limpeza foi de 1,22%, enquanto a inflação geral ficou em 4,62%. O INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor apontou que a inflação nacional de 2023 ficou em 3,71%. Já o reajuste de preços no segmento de produtos de limpeza ficou em apenas 0,88%, com diversos produtos apresentando deflação no período, como detergente (-0,70%), sabão em barra (-5,68%) e esponja de limpeza (-4,57%).
“Historicamente, a indústria de produtos de limpeza sempre teve reajustes abaixo da inflação. O setor trabalha com produtos acessíveis à população, dada a sua relevância para a saúde pública brasileira. Nos anos anteriores a 2022, a média de reajustes ficou muito abaixo da inflação geral, por vezes, sendo apenas a metade do índice oficial. No entanto, os custos aumentaram, consideravelmente, no período de pandemia. O reajuste era inevitável, em 2022, e foi um dos responsáveis pela queda na produção”, diz Engler.
Projeção 2024 aponta crescimento
Para este ano, a ABIPLA trabalha com uma projeção de crescimento de 2% a 3%, o que pode fazer com que o setor renove seu pico histórico de produção, alcançado em 2019 e que se manteve estável nos anos de 2020 e 2021.
Sobre o cenário de incentivo à indústria, discutido com frequência nos últimos meses, a entidade apoia medidas como o PL – Projeto de Lei 6.120/19, que cria o inventário nacional de substâncias químicas, e o PL 2/2024, que incentiva a renovação de máquinas e equipamentos na indústria, e defende a busca de um modelo de reforma tributária que facilite o cálculo de impostos no País e atenda o princípio da essencialidade.
“Temos que buscar um ambiente de negócios mais moderno para a indústria e a reforma tributária é importante para isso. Outro ponto que defendemos é a busca de harmonização regulatória com países do Mercosul, o que pode diminuir a capacidade ociosa da indústria e gerar muitas oportunidades de exportação, assim como ao consumidor brasileiro”, finaliza.
FONTE: 01/03/2024 –SUPERVAREJO
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