O consumidor brasileiro está com medo de perder o emprego, pouco propenso a consumir e preocupado com o futuro da economia. É o que aponta o Índice Nacional de Confiança (INC) de fevereiro realizado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela startup de tecnologia Behup.
O indicador registrou 81 pontos em fevereiro e ficou praticamente estável em relação a janeiro. A análise sinaliza queda de um ponto no nível de confiança pelas incertezas decorrentes da pandemia de covid-19.
Em maio e junho do ano passado, período de maior distanciamento social, o índice registrou 77 pontos. Nos meses seguintes houve crescimento, até que em outubro chegou a 87.
O indicador varia de zero a 200 pontos, sendo que resultados acima de 100 pontos configuram otimismo, enquanto abaixo dessa linha mostram pessimismo do consumidor.
As quedas voltaram desde novembro/2020 (86, 84, 82 e 81 respectivamente), coincidindo com o crescimento do número de infectados pela covid-19. E em março a percepção do consumidor tende a piorar por causa do agravamento da pandemia no Brasil.
“À medida que a pandemia se agrava, os índices de confiança tendem a cair, justamente por causa da expectativa de queda na renda e no emprego”, diz Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da Associação Comercial de São Paulo.
Atualmente, 48% dos entrevistados consideram suas condições financeiras atuais muito ruins e somente 28% acham que estão numa situação boa.
Além disso, 36% das pessoas não se sentem seguras em seus empregos e nos de seus familiares, se comparada com a situação de seis meses atrás. Preocupa o fato de 62% das pessoas que foram ouvidas conhecerem alguém que ficou desempregado por causa da economia nos últimos seis meses.
Este número está quase igual ao do ápice do distanciamento social que ocorreu em maio e junho. Na ocasião, 65% tinham tomado conhecimento de pessoas que perderam o emprego, enquanto 61% acreditam no aumento do desemprego.
Pesquisadores da Behup ouviram 1.500 brasileiros em todas as regiões do país.
Freio no consumo
Sobre consumo, somente 27% dos entrevistados se sentem neste momento mais seguros para comprar bens de grande valor – como um carro ou uma casa – ou médio valor, como geladeira ou fogão.
“Não há confiança para consumir porque a economia não vai bem sem auxílio emergencial – que ajuda a impulsionar as compras – e por conta do aumento do desemprego causado pela pandemia”, afirmou Ruiz de Gamboa.
Em relação ao futuro do país, 23% disseram estar pessimistas e 19% revoltados, enquanto 26% afirmaram que se sentem otimistas.
Fonte: DISTRIBUICAO.ABAD
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