Entre os itens que lideram “o sonho de consumo” nesta Black Friday (que acontece no próximo 25 de novembro) estão as carnes, arroz, feijão, óleo e leite. Uma realidade muito diferente de 2021, quando os itens de higiene e beleza, seguidos dos refrigerantes, ocupavam o topo do ranking. É o que revela pesquisa da Associação Paulista de Supermercados (Apas), em parceria com a Shopper Experience.
O economista e especialista em gestão de supermercados, Leandro Rosadas, explica que esses alimentos seguiram com preços altos, nos últimos 12 meses e, por isso, estão na lista de intenção de compra dos consumidores. Já a educadora financeira Aline Soaper alerta que, mesmo diante das ofertas, os brasileiros precisam ficar atentos ao uso do cartão de crédito nos supermercados e pesquisar os preços dos itens para economizar.
“Apesar da terceira deflação seguida, o preço dos alimentos ainda não teve uma baixa significativa. Então a realidade é que temos um acumulado de preços dos produtos da cesta básica e carnes, ainda altos. A pesquisa da Apas revelou que em todas as classes de renda a cesta básica está na pretensão de compras de 23,4% dos brasileiros. A carne ocupa o segundo lugar com 17%. Entre os consumidores de menor renda, o desejo de comprar esses produtos é ainda maior, com um avanço de 23% nos que planejam aproveitar as ofertas para levar carne para casa. Se analisarmos os dados, na classe com renda familiar entre R$ 5,7 mil e R$ 10,3 mil, a intenção de compra de cesta básica, chega a 42% e, na carne, a 21%. E não é só na Black Friday. O que vemos nos supermercados é que os consumidores querem menor preço e tem buscado sempre itens em promoção, além de marcas mais baratas”, explica.
Somando o cenário está também o IPCA de setembro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão, o grupo alimentação e bebidas continuou em alta no início do segundo semestre e só agora dá sinais de alívio. A baixa desse segmento em setembro (-0,51%) é a maior desde maio de 2019 (-0,56%). O grupo não recuava desde novembro de 2021 (-0,04%). Mesmo com deflação por três vezes consecutivas, o nível de preços da comida continua elevado e pesa no orçamento das famílias brasileiras. Isso por que, em 12 meses o Índice de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA), acumula alta 7,98%, enquanto o grupo alimentação no domicílio subiu quase o dobro, ficando em 14,63%. Outra prova que os alimentos pesam é que o valor da cesta básica aumentou em todas as 17 capitais, segundo o Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Já levantamento da Nielsen com a Toluna aponta que eletrodomésticos e celulares representam 59% e 57%, respectivamente, dos desejos de consumo dos brasileiros para a Black Friday de 2022. Em seguida, vem vestuário com 56%. E outro estudo, realizado em maio de 2022 pela Behup relaciona o consumo da Copa do Mundo com a Black Friday e aponta que as categorias que lideram a expectativa deste ano são roupas e acessórios (20%), eletrônicos (15%) e compras de supermercado (14%).
Ambas as pesquisas apontam que os maiores índices de consumo entre a Black Friday e Copa serão eletrônicos, roupas e acessórios, respectivamente. Entretanto, o Mercado Livre acredita que a venda de comidas e bebidas no período da Copa seja 37% maior do que a de eletrônicos pelos lojistas do seu marketplace.
FONTE: 21/10/2022 – MONITORMERCANTIL
Ao navegar em nosso site você concorda com nossa Política de Privacidade. Ok