Pesquisa do Instituto QualiBest com 554 participantes revelou que 47% dos consumidores estão trocando lugares ou marcas por opções mais acessíveis, com o objetivo de economizar no orçamento mensal. O estudo apontou que 43% dos entrevistados estão buscando estabelecimentos com melhores preços, enquanto 36% pesquisam promoções antes de sair para adquirir os produtos.
A pesquisa destacou que 40% dos consumidores afirmaram estarem gastando mais do que antes, porém comprando menos itens. Em relação aos meios de pagamentos, o Pix é o mais utilizado tanto em lojas físicas (34%) quanto em online (55%), seguido do cartão de débito nos estabelecimentos físicos (24%) e o crédito (31%) no online.
Essa preocupação em economizar também se deve por conta do encarecimento dos alimentos. Em janeiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou uma alta de 0,31% nos preços. Entre os diferentes grupos pesquisados, o setor alimentos e bebidas teve um aumento de 1,53% no mês, demonstrando que o setor não funcionará como uma âncora para a inflação, igual ao ano passado.
Em São Paulo, o custo de vida por classe social, apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), atingiu 0,48%, em dezembro, na Região Metropolitana de São Paulo. Com esse resultado, o custo de vida por classe social acelera em relação ao 0,33%, observado no mês anterior, encerrando 2023 com alta acumulada de 3,83% – abaixo, portanto, do registrado no ano anterior, quando o indicador encerrou 2022 em 6,3%.
No mês de dezembro, os preços de alimentação e transportes foram os que mais influenciaram o resultado. O aumento foi generalizado, já que oito dos nove grupos pesquisados apresentaram alta. Os custos relacionados a alimentos e bebidas subiram 0,68%, acumulando aumento de 2,37% no ano. No caso dos transportes, a elevação, no período, foi de 0,48%, e nos últimos 12 meses, de 5,93%.
Na avaliação da Fecomércio-SP, apesar da melhora observada no cenário de inflação ao longo do ano passado, é preocupante o fato de os custos seguirem elevados, sobretudo no setor de transportes, uma vez que isso impacta todos os outros segmentos econômicos. Além disso, alimentos e transportes têm uma significativa influência no orçamento das classes menos favorecidas, o que torna as variações desses grupos mais desafiadoras para essas famílias.
Dentre os alimentos, a alta ficou mais concentrada no varejo (0,9%), influenciado pelas elevações em itens de hortifrúti, como a batata inglesa (16,6%), a laranja (15,4%) e o tomate (8,88%). Além disso, o encarecimento do feijão mulatinho (11,7%) também contribuiu para o resultado. Nos serviços, os preços subiram 0,4%, puxados pelos aumentos nas refeições fora de domicílio (0,58%), no café da manhã (0,58%) e nos lanches (0,94%).
Já no caso dos transportes, as maiores variações foram observadas no setor de Serviços, com os aumentos das passagens de trem e metrô (6,9%), dos bilhetes aéreos (6,3%) e dos gastos com veículo próprio, como seguro (2%) e emplacamento e licença (1,9%), além de manutenções e consertos (1,2%). Por outro lado, as quedas nas passagens de ônibus urbano (-4,2%) e nos preços dos estacionamentos (-1,2%), do etanol (-0,92%) e do óleo diesel (-0,79%), observadas no varejo, ajudaram a controlar o aumento geral do grupo. Ao se comparar o impacto desse aumento entre as classes sociais, fica claro que as famílias de menor renda foram as mais afetadas pela elevação. De acordo com o levantamento, a alta acumulada no ano para as classes D e E chegou a 9,18% e 7,34%, respectivamente. Já para as classes A e B, as variações foram de 5,77% e 4,64%, respectivamente.
Os preços dos produtos e serviços ligados à saúde e aos cuidados pessoais também apontaram elevação significativa no décimo segundo mês de 2023. A alta foi de 0,64%. Frente a isso, apresentou a segunda maior variação acumulada em 12 meses (6,46%). Os produtos farmacêuticos e ópticos subiram 0,2%, enquanto os itens de higiene pessoal,1,1%. Também houve aumento nos serviços laboratoriais e hospitalares (1,2%), psicológicos (1,3%) e no plano de saúde (0,8%). Entretanto, diferentemente do que ocorreu com os transportes, o encarecimento do grupo de saúde e cuidados pessoais foi ligeiramente maior para as famílias de renda mais alta. Para as classes A e B, a variação mensal foi de 0,61% e 0,75%, respectivamente. Já para as classes D e E, o aumento foi de 0,56% e 0,51%, respectivamente.
Por fim, os custos ligados aos artigos de residência subiram 0,76%. Ainda assim, encerraram o ano com variação negativa (-2,32%). De todos os grupos analisados na pesquisa, somente comunicação apresentou estabilidade. De forma geral, no ano passado, as famílias com mais poder aquisitivo sofreram maior variação no custo de vida: 4,71% (para a classe A) e 4,12% (para a classe B). Já entre as de menor renda, as variações foram de 2,48% (classe E) e de 3,17% (classe D). Isso aconteceu porque a distribuição de despesas é mais concentrada em grupos de alta representatividade para as classes de menor poder aquisitivo.
FONTE: 09/02/2024 – MONITORMERCANTIL
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